De acordo com as
leituras de textos dos respectivos autores sugeridos, faço relato a respeito
das práticas pedagógicas utilizadas para pessoas com surdez, observando as
diferenças entre as seguintes tendências: oralismo, comunicação total e bilinguismo.
Oralismo – Nessa
abordagem defende-se que a maneira mais eficaz
de ensinar o surdo é através da língua oral, ou falada (língua da comunidade ouvinte). A única
possibilidade linguística era o uso da voz e a leitura labial. Surdos que utilizaram deste método de ensino são
considerados surdos oralizados.
Comunicação
Total - Nessa concepção considerou a pessoa com surdez de
forma natural, aceitando suas características e o uso de todo e qualquer
recurso possível para a comunicação.
O princípio básico é se comunicar.
Bilinguismo - Visa
capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano
escolar e na vida social, quais sejam: a língua de sinais e a língua da
comunidade ouvinte. Esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno
com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente
propício para a sua aprendizagem escolar.
As escolas pautadas no oralismo visaram à capacitação da
pessoa com surdez para a utilização da língua da comunidade ouvinte na
modalidade oral, como única possibilidade linguística o uso da voz e da leitura
labial, tanto na vida social, como na escola. Estas escolas, não conseguiram
atingir resultados satisfatórios, porque, normalizaram as diferenças, não
aceitando a língua de sinais dessas pessoas e centrando os processos
educacionais na visão da reabilitação e naturalização biológica.
A comunicação total considerou a pessoa com surdez de
forma natural, aceitando suas características e prescrevendo o uso de todo e
qualquer recurso possível para a comunicação, procurando potencializar as
interações sociais, considerando as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas
dos alunos. Os resultados obtidos com esta concepção são questionáveis quando
observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. A
linguagem gestual, visual, os textos orais, os textos escritos e as interações
sociais pareciam não possibilitar um desenvolvimento satisfatório e esses
alunos continuavam segregados, permanecendo em seus guetos, ou seja,
marginalizados, excluídos do contexto maior da sociedade. Esta concepção, não
valorizou a língua de sinais, portanto, pode-se dizer que a comunicação total é
uma outra feição do oralismo.
A abordagem educacional por meio do bilinguismo visa
capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano
escolar e na vida social, quais sejam: a língua de sinais e a língua da
comunidade ouvinte. Esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno
com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente
propício para a
sua aprendizagem escolar. O ambiente educacional bilíngue é importante e indispensável, já que respeita a estrutura da Libras e da Língua
Portuguesa.
As práticas pedagógicas constituem o maior problema na
escolarização das pessoas com surdez. Torna-se urgente, repensar essas práticas
para que os alunos com surdez, não acreditem que suas dificuldades para o
domínio da leitura e da escrita são advindas dos limites que a surdez lhes
impõe, mas principalmente pelas metodologias adotadas para ensiná-los. As pessoas com surdez
precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e
exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Obviamente, são pessoas que
pensam, raciocinam e que precisam, como as demais, de uma escola que explore
suas capacidades, em todos os sentidos. Se só a posse de uma língua bastasse
para aprender, as pessoas ouvintes não teriam problemas de aproveitamento
escolar, já que entram na escola com uma língua oral desenvolvida.
Mais do que uma
língua, as pessoas com surdez
precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e
exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Esse ser humano precisa
ser trabalhado no espaço escolar como um ser que possui uma deficiência, e que
essa deficiência provoca uma diferença e limitações, que essa
diferença e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas,
mas não podemos justificar o fracasso nessa questão, em virtude de
cairmos na cilada da diferença, segundo (PIERUCCI, 1999).
O professor
que ministra aulas em Libras deve ser qualificado para realizar o atendimento
das exigências básicas do ensino por meio da Libras e também,
para não praticar o bimodalismo, ou seja, misturar a
Libras e a Língua Portuguesa que são duas línguas de estruturas diferentes.
O professor com surdez, para o ensino de
Libras oferece aos alunos com surdez melhores possibilidades do que o professor ouvinte porque
o contato com crianças e jovens com surdez com adultos com surdez favorece a
aquisição dessa língua.