sábado, 15 de março de 2014

A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM SURDEZ

De acordo com as leituras de textos dos respectivos autores sugeridos, faço relato a respeito das práticas pedagógicas utilizadas para pessoas com surdez, observando as diferenças entre as seguintes tendências: oralismo, comunicação total e bilinguismo.
Oralismo – Nessa abordagem defende-se que a maneira mais eficaz de ensinar o surdo é através da língua oral, ou falada (língua da comunidade ouvinte). A única possibilidade linguística era o uso da voz e a leitura labial. Surdos que utilizaram deste método de ensino são considerados surdos oralizados.
Comunicação Total - Nessa concepção considerou a pessoa com surdez de forma natural, aceitando suas características e o uso de todo e qualquer recurso possível para a comunicação. O princípio básico é se comunicar.
Bilinguismo - Visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte. Esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente propício para a sua aprendizagem escolar.
As escolas pautadas no oralismo visaram à capacitação da pessoa com surdez para a utilização da língua da comunidade ouvinte na modalidade oral, como única possibilidade linguística o uso da voz e da leitura labial, tanto na vida social, como na escola. Estas escolas, não conseguiram atingir resultados satisfatórios, porque, normalizaram as diferenças, não aceitando a língua de sinais dessas pessoas e centrando os processos educacionais na visão da reabilitação e naturalização biológica.
A comunicação total considerou a pessoa com surdez de forma natural, aceitando suas características e prescrevendo o uso de todo e qualquer recurso possível para a comunicação, procurando potencializar as interações sociais, considerando as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas dos alunos. Os resultados obtidos com esta concepção são questionáveis quando observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. A linguagem gestual, visual, os textos orais, os textos escritos e as interações sociais pareciam não possibilitar um desenvolvimento satisfatório e esses alunos continuavam segregados, permanecendo em seus guetos, ou seja, marginalizados, excluídos do contexto maior da sociedade. Esta concepção, não valorizou a língua de sinais, portanto, pode-se dizer que a comunicação total é uma outra feição do oralismo.
A abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte. Esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente propício para a
sua aprendizagem escolar. O ambiente educacional bilíngue é importante e indispensável, já que respeita a estrutura da Libras e da Língua Portuguesa.
As práticas pedagógicas constituem o maior problema na escolarização das pessoas com surdez. Torna-se urgente, repensar essas práticas para que os alunos com surdez, não acreditem que suas dificuldades para o domínio da leitura e da escrita são advindas dos limites que a surdez lhes impõe, mas principalmente pelas metodologias adotadas para ensiná-los. As pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Obviamente, são pessoas que pensam, raciocinam e que precisam, como as demais, de uma escola que explore suas capacidades, em todos os sentidos. Se só a posse de uma língua bastasse para aprender, as pessoas ouvintes não teriam problemas de aproveitamento escolar, já que entram na escola com uma língua oral desenvolvida.
Mais do que uma língua, as pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Esse ser humano precisa ser trabalhado no espaço escolar como um ser que possui uma deficiência, e que essa deficiência provoca uma diferença  e limitações, que essa diferença  e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas, mas não podemos  justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença, segundo (PIERUCCI, 1999). 
O professor que ministra aulas em Libras deve ser qualificado para realizar o atendimento das exigências básicas do ensino por meio da Libras e também,
para não praticar o bimodalismo, ou seja, misturar a Libras e a Língua Portuguesa que são duas línguas de estruturas diferentes.
O professor com surdez, para o ensino de Libras oferece aos alunos com surdez  melhores possibilidades do que o professor ouvinte porque o contato com crianças e jovens com surdez com adultos com surdez favorece a aquisição dessa língua.

Um comentário:

  1. Muito enriquecedora a postagem. Nunca é demais nos aprofundarmos na complexa que é a surdez, especificamente falando na elaboração do Plano de AEE.

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